sexta-feira, 21 de agosto de 2015

COM QUANTAS PALAVRAS SE FAZ UMA CRÔNICA?


Com quantas palavras se faz uma crônica? Com quantos paus se faz uma canoa? Com quantos anos se aprende a viver?
Com quantos revolucionários se faz uma revolução? Quantas andorinhas são suficientes para que se faça verão? Quantos beijos esgotam uma paixão?
Quantos medos cabem em uma vida? Quantas incertezas nos atormentarão? Quanta ansiedade cabe em um coração?
Quantas repetições do mesmo erro antes de se acertar? Quantas vezes nem perceberemos nossos próprios erros? Quantas oportunidades de mudar desperdiçaremos?
Com quantas rimas se faz uma poesia? Quantos orgasmos antes da meno(ou andro)pausa? Quantos teremos depois?
Quantos dias antes da morte? Quantas vidas viveremos? Quantos Sóis há no Universo?
Quantas invasões na história do mundo? Quantos tiranos tomarão o poder? Quanto sangue ainda vai correr?
Quantas vezes os mesmos pensamentos cíclicos e embolorados rondarão nossa mente? Quantos dias viveremos sujeitos a uma mesma rotina? Quantos anos faltam para a aposentadoria?
Quantos filhos queremos ter? Quantos filhos tivemos? Quantos filhos perdemos?
Quanto dinheiro guardaremos? Quanto foi gasto? Quanto foi roubado?
Quantos sonhos tivemos? Quantos sonhos restaram? Quantos sonhos ainda sonharemos ter?
Quantas mentiras nos farão engolir goela abaixo, travestidas de verdades inquestionáveis? Quantos de nós seremos manipulados em favor de interesses indignos? Quantos escaparão da extensa e desumana massificação?
Quantos menos favorecidos ainda serão vítimas de ações truculentas da polícia? Quantos mais destes crimes passarão impunes? Quantas balas ainda serão perdidas em crânios e peitos inocentes?
Quantos políticos continuarão legislando em causa própria? Quantos deles dilapidarão o patrimônio público? Quantos ainda conseguirão nos enganar?
Quanto contaremos até perdermos a conta? Quanto mais suportaremos até perdermos a paciência? Quanto esperaremos pela mudança sem nada fazermos para mudar?
Quantos carros cabem na cidade de São Paulo? De quantos quilômetros será, daqui a cinco anos, o congestionamento recorde? Quanto resistirá nosso pulmão diante de tanta poluição?
Quanto tempo ficaremos imersos no mundo virtual enquanto o mundo real clama a nossa presença? Quantos vícios sugarão nossa energia e nossa alma? Quantos de nós estaremos acordados?
Quantos mais "quantos" serão necessários para dizer tudo que deve ser dito? Quantas interrogações continuarão sem resposta? Com quantas palavras se faz uma crônica?