domingo, 19 de janeiro de 2025

ESCREVER À MÃO

 


 

Estou escrevendo, neste exato momento, em um caderno que usava em uma (ou mais?) das minhas tentativas de escrever um livro. Isso aconteceu há muito tempo... A ideia era usar este caderno durante os longos tempos passados no ônibus fretado, nos trajetos sempre longos para chegar ao serviço.

No fim, o meu primeiro livro acabou sendo escrito no Palm. E aqui cabe uma breve explicação, pois muitas pessoas, hoje em dia, nem sabem o que é um Palm. Ou melhor, o que era um Palm, pois o mesmo saiu do mercado há um bom tempo, atropelado pela tecnologia dos celulares. A proposta do Palm era ser um computador de bolso e, dentro deste propósito, era bem mais que suficiente para mim, que o utilizava somente para escrever, empunhando uma canetinha que acionava um tecladinho que aparecia na parte inferior da tela, ou através de outra maneira, na qual “escrevia” cada letra em uma área da tela, também na parte inferior. O interessante é que a gente tinha que decorar um alfabeto específico, movimentando a canetinha sobre a tela para desenhar cada letra com os movimentos corretos. Não era muito difícil, pois a escrita era semelhante à escrita no papel, tal qual faço agora...

E, com o tempo, escrever à mão foi ficando atividade cada vez mais rara. Mesmo no dia-a-dia, com o celular sempre à mão, é muito mais fácil escrever nele, abandonando o papel.

Lembro agora do meu primeiro conto premiado em concurso literário, em 1987... Foi escrito à mão, tenho em mente até a lembrança da imagem do papel com as linhas escritas, com partes riscadas, corrigidas e assinaladas... E depois o texto foi datilografado, naquilo que hoje é uma peça de museu, a máquina de escrever. Recordo até que o trabalho saiu com as letras um pouco apagadas, pois já havia passado a hora de trocar a fita da máquina, que estava com pouca tinta. O passo seguinte foi tirar as cópias, ou tirar xerox, como falávamos. E depois preparar tudo para enviar ao concurso pelo correio...

Mas escrever à mão tem certa magia... Parece que desperta outros sentimentos e sensações. Acredito que, em determinadas situações, pode dar mais inspiração ao trabalho criativo. Foi por isso que desta vez decidi escrever aqui no blog a partir de um manuscrito. Na verdade, se não fosse esta iniciativa, este texto não teria saído, pois estava sem inspiração. Mas ela logo veio quando tive a ideia de escrever à mão... Empunhei a caneta e lá fui eu! E acabou dando nisto aqui!

É isso aí, até o próximo texto! Se vai ser também manuscrito, ou não, isto eu não sei dizer. Mas posso garantir que não será feito pela IA (Inteligência Artificial). Ora essa! Quero ver se essa tal IA escreve textos com estilo, qualidade e criatividade apurados... Prefiro voltar a escrever à mão do que deixar a redação à cargo da IA...