Estou escrevendo, neste exato momento, em um
caderno que usava em uma (ou mais?) das minhas tentativas de escrever um livro.
Isso aconteceu há muito tempo... A ideia era usar este caderno durante os longos
tempos passados no ônibus fretado, nos trajetos sempre longos para chegar ao
serviço.
No fim, o meu primeiro livro acabou sendo
escrito no Palm. E aqui cabe uma breve explicação, pois muitas pessoas, hoje em
dia, nem sabem o que é um Palm. Ou melhor, o que era um Palm, pois o mesmo saiu
do mercado há um bom tempo, atropelado pela tecnologia dos celulares. A
proposta do Palm era ser um computador de bolso e, dentro deste propósito, era
bem mais que suficiente para mim, que o utilizava somente para escrever,
empunhando uma canetinha que acionava um tecladinho que aparecia na parte
inferior da tela, ou através de outra maneira, na qual “escrevia” cada letra em
uma área da tela, também na parte inferior. O interessante é que a gente tinha
que decorar um alfabeto específico, movimentando a canetinha sobre a tela para
desenhar cada letra com os movimentos corretos. Não era muito difícil, pois a
escrita era semelhante à escrita no papel, tal qual faço agora...
E, com o tempo, escrever à mão foi ficando atividade
cada vez mais rara. Mesmo no dia-a-dia, com o celular sempre à mão, é muito
mais fácil escrever nele, abandonando o papel.
Lembro agora do meu primeiro conto premiado em
concurso literário, em 1987... Foi escrito à mão, tenho em mente até a
lembrança da imagem do papel com as linhas escritas, com partes riscadas,
corrigidas e assinaladas... E depois o texto foi datilografado, naquilo que
hoje é uma peça de museu, a máquina de escrever. Recordo até que o trabalho
saiu com as letras um pouco apagadas, pois já havia passado a hora de trocar a
fita da máquina, que estava com pouca tinta. O passo seguinte foi tirar as
cópias, ou tirar xerox, como falávamos. E depois preparar tudo para enviar ao
concurso pelo correio...
Mas escrever à mão tem certa magia... Parece que
desperta outros sentimentos e sensações. Acredito que, em determinadas
situações, pode dar mais inspiração ao trabalho criativo. Foi por isso que
desta vez decidi escrever aqui no blog a partir de um manuscrito. Na verdade,
se não fosse esta iniciativa, este texto não teria saído, pois estava sem
inspiração. Mas ela logo veio quando tive a ideia de escrever à mão... Empunhei
a caneta e lá fui eu! E acabou dando nisto aqui!
É isso aí, até o próximo texto! Se vai ser também manuscrito, ou não, isto eu não sei dizer. Mas posso garantir que não será feito pela IA (Inteligência Artificial). Ora essa! Quero ver se essa tal IA escreve textos com estilo, qualidade e criatividade apurados... Prefiro voltar a escrever à mão do que deixar a redação à cargo da IA...
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