Rimeda esquece muito as coisas. A esposa cobra,
fica brava. Ele se incomoda com o problema.
Fica sabendo da técnica “Palácio da Memória”.
Aprofunda-se no estudo da mesma e resolve aplicá-la.
Para cada coisa que deseja memorizar, imagina
seu Palácio Mental, e nele guarda o que não quer esquecer.
Conquista uma memória primorosa. Resolve
aproveitar melhor a incrível capacidade, que aumenta a cada dia. Estuda, presta
concurso público, passa, salário de marajá, padrão de vida invejável.
O tempo passa e Rimeda percebe os primeiros
sinais de descontrole. Sua mente não para de armazenar. Acordado ou dormindo, o
palácio acumula informações. Demais, desnecessárias... Tudo é guardado,
automaticamente. Não consegue parar.
A situação fica insuportável, psicológica e
emocionalmente...
Até que tem uma ideia e nela deposita todas as
esperanças. Tarde de sábado, sozinho em casa, larga-se na cama, entra no
palácio mental, reserva um novo quarto, para guardar somente as coisas mais
importantes... E coloca fogo em todo o resto! O processo dura horas, consome
muita energia, pois ele desgasta-se muito tentando proteger o único quarto que
não pode queimar. Em transe, perde a noção do tempo. Depois cai em sono
profundo e segue dormindo até o dia seguinte.
Logo pela manhã, a esposa pergunta:
– Sabe que dia é hoje? – Questiona por força do
hábito, pois, com certeza, ele sabe, agora não esquece mais nada. Ainda mais se
tratando do aniversário de casamento...
Rimeda ficou muito contente e aliviado ao
constatar que não se lembrou da importante data.
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