Estou muito chateado com a nova placa do
Mercosul.
Perfeito, entendo que é mais moderna, que traz
mais segurança contra fraudes, que nos une a todos, “hermanos” da América do
Sul, etc, etc, etc. Mas o que custava manter a sigla do estado e a cidade?
Uma de minhas diversões durante as viagens é
ficar olhando as placas dos carros no estacionamento do hotel. É tão legal ver
que tem gente que vem de tão longe! Aí penso na cidade, no estado, tento
avaliar a distância... Dá uma sensação de grandeza, de admiração e orgulho por
pertencer a um povo que se espalha por territórios tão longínquos, com
diversidades tão maravilhosas!
Mas agora tudo isto acabou!
Outra distração que me agrada acontece quando,
em minhas costumeiras caminhadas pelas redondezas do meu bairro, ando pela
região dos terminais de distribuição de combustível, ou pelas portarias das
fábricas, onde ficam estacionados muitos caminhões. Aí sim encontro grandes
viajantes! Ouço sotaques, vejo costumes, chimarrão, alguns caminhoneiros
cozinhando, com suas etnias tão distintas, cores, tamanhos, cabelos, um
mundaréu de diversidade! E nesta hora, o que eu faço? Busco logo na placa da
carreta de onde o sujeito vem. É uma aula de geografia, de sociologia!
Isto também acabou!
Mais uma coisa destruída. Hoje em dia é o que
mais nós vemos. E só vai restando a saudade...
Saudades de uma antiga placa que dava a exata
ideia de quão grande é o nosso país!
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