De vez em quando certas palavras ficam na moda.
Agora é a vez da “narrativa”. Tudo é narrativa. Quando o sujeito não concorda
com o que o outro fala, diz que está sendo vítima de determinada narrativa. E
parece que não concordar é o lema da atualidade. Mas a coisa está tomando
dimensões enormes e saindo fora do controle...
Um aluno do ensino fundamental, naquele período
da pré-adolescência, questiona a explicação da professora de ciências, alegando
que essa história de dizer que a Terra é redonda, não passa de uma narrativa
tendenciosa, de quem quer impor o seu modo de pensar sobre os outros. Sim,
porque ele não acredita nisso e tem todo o direito de crer que a Terra é plana!
Outra narrativa bastante contestada atualmente é
aquela que apoia a vacinação em massa como o principal meio de combater a
pandemia que estamos atravessando. Aliás, muitos acreditam que a própria
pandemia é uma narrativa.
É neste ponto que eu fico a pensar que tudo
aquilo que é contrário ao que o indivíduo pensa é classificado de duas
maneiras. É rotulado de fake news ou, caso seja algo maior, envolvendo um
contexto mais elaborado, ganha a segunda denominação possível: narrativa.
A internet e as redes sociais criaram inúmeras
bolhas de pensamento e, infelizmente, algumas destas bolhas rebatem tudo aquilo
que contesta as suas ideias e certezas dentro deste raciocínio irracional,
rotulando tudo como fake news ou narrativa.
Nada escapa. Ciência, medicina, história, todo o
conhecimento humano deve se curvar perante a ignorância.
É o triunfo da bestialidade sobre a civilização!
Mas, sob certo ponto de vista, eles estão certos. É tudo uma grande narrativa. Vivemos uma enorme narrativa de terror mesmo!
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