Na minha caminhada, após mais um dia de home
office, vejo luzes e enfeites, lembretes de que é tempo de Natal...
Poxa, o tempo está meio estranho...
Não é o tempo climático, mas sim o temporal.
Digo, não o temporal climático, mas sim o que tem a ver com o passar do tempo.
Acho que agora ficou menos confuso. As palavras nos dão nós e brincam com a
gente. Nós que nos atam, deu pra perceber que um acento muda tudo? Não o com
dois "s", pois este não muda nada, muito pelo contrário, serve só
para acomodar os nossos glúteos, deixando tudo como está...
Mas eu dizia que o tempo está estranho. Verdade
verdadeira. Porém esta expressão também é estranha: verdade verdadeira. Pois se
é realmente verdade, desnecessário dizer que é verdadeira. No entanto vivemos
tempos das mentiras verdadeiras, as chamadas “fake news”. Tempos estranhos...
E a gente estranha todas as coisas que parecem
que estão fora do tempo certo. Por exemplo, neste ano que passou, tanto se
falou em eleição, mas não foi ano eleitoral. Tá tudo muito insanamente
adiantado. Aliás, o sujeito, desde que entrou, só está pensando na próxima
eleição. Tempos estranhos...
E a gente não sabe se a pandemia começou neste
ano ou no passado. Tudo tão rápido, tudo tão igual. E o tal do vírus foi
batizado com o ano retrasado: 19. Covid-19. Já não sei mais nada. Só sei que
vivemos tempos estranhos...
Mais que estranhos, tempos de ódio, preconceito
e perseguição. As ideias são perseguidas, as palavras são atacadas por outras
palavras. Escrever e pensar virou um jogo perigoso. E a gente se pergunta:
quanto tempo isto vai durar?
Mas é tempo de inaugurar um novo tempo nestes
tempos. O negacionismo não sufoca a Arte. Há luz no fim do túnel!
Se não há túnel, o artista o faz, abrindo um
caminho para escapar deste inferno. E se não há luz no fim dele, a Arte
iluminará.
No ventre de todos estes tempos sombrios, um
novo tempo está sendo gerado. Impossível conter.
Mais do que tempo de Natal, é tempo de outros
tempos...
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