Meu nome é liberdade.
Ao mesmo tempo, atraio e assusto as pessoas.
Quanto mais longe de mim, mais as atraio, e quanto mais perto estão, mais as
assusto.
Também confundo os cidadãos, pois há aqueles
que, em meu nome, cerceiam a liberdade de outros. Não entendem que sou como uma
membrana entre os indivíduos: se alguém folga em me empurrar, faltará espaço
para outro.
De um lado, posso estar bastante presente no
pensamento e no coração leves de quem se encontra preso e, de outro lado, falto
para aquelas mentes atormentadas, apesar de habitarem seres livres. A minha
presença liberta os cativos e a minha ausência prende os livres.
Alguns me usam para justificar seus excessos.
Reivindicam a minha posse e, em seu egoísmo e ganância, não querem me dividir
com mais ninguém.
Nas ruas, festejam-me em danças frenéticas de
bandeiras e flâmulas, enquanto no círculo doméstico, muitas vezes, sou açoitada.
Há lugares no mundo em que não deixam que eu
esteja entre as mulheres, ou entre os negros, ou entre aqueles considerados de
uma casta inferior, ou entre os pobres, aprisionados em sua miséria.
Eu deveria ser usada como um instrumento de
igualdade. Mas me usam de modo egoísta, provocando desigualdades e alimentando
um ciclo interminável de tensões.
Acho que a humanidade ainda está imatura para
poder me usar da maneira correta e na plenitude que mereço. Mas não ligo,
continuarei acompanhando a trajetória dos humanos, na esperança de um futuro
melhor!
Meu nome é liberdade.
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