Estava voltando pela Av. do Estado,
eu e minha filha no carro. Era noite e chovia fino. Fui pegá-la em uma festa de
aniversário, onde estava com os amigos em uma churrascaria. Ao passarmos por
dois faróis em sequência, quase caí novamente na mesma armadilha. Há um bom tempo
atrás, neste mesmo lugar, acabei tomando uma bela multa. É aquele velho golpe
dos faróis defasados e bastante próximos. O primeiro está quase fechando e te
obriga a acelerar um pouco. Aí vem o segundo, sorrateiro, que se apresenta com
uma enorme luz vermelha na sua frente, quando praticamente não há como parar. E,
para completar a cena, a câmera de fiscalização não deixa por menos... Ah, mas
desta vez eu fui esperto. Já estava vacinado. Passei pelo primeiro já sabendo
que o segundo iria fechar e que não daria tempo. Assim sendo, preparei-me para
a freada, que não foi brusca, mas sim na intensidade exata para parar o carro no
ponto certo.
Tão
logo paramos, veio o estrondo.
O
impacto na traseira chacoalhou-nos com violência. No mesmo instante, minha
filha começou a chorar. Procurei tranquilizá-la. Apesar da batida forte, logo
se percebia que, felizmente, nenhum dano físico nos havia acontecido. Sem
machucados, graças a Deus.
A
experiência de vida, de outras batidas do mesmo tipo, logo fez surgir em minha
mente as seguintes palavras ou cenas: grande amassada, guincho, polícia, BO,
seguro do carro...
Desci
do carro já preparado psicologicamente para ver aquele desastre de latas
contorcidas.
Nada.
Não encontrei nada. Olhei a traseira de perfil, procurando algum afundamento. Zero.
Eu, que sou detalhista e que costumo achar pelo em ovo, não percebi nenhuma
alteração. A coisa ficou ainda mais difícil de explicar quando notei o tamanho
do carro que colidiu com o meu. Era gigante. Uma picape, dessas que
impressionam pelo porte.
O
sujeito logo desceu para conversar comigo. Disse que quem estava dirigindo era
ela. Olhei para o banco do motorista e vi uma senhora, paralisada, sem ação. A
inspeção que fizemos nos veículos mostrou que o dele, por mais incrível que
possa parecer, foi o mais afetado. Algo ficou solto e meio pendurado, na altura
da placa. Quanto ao meu carro, acabei encontrando um pequeno sinal... Apenas um
centímetro, como se fosse uma unhada, que mal atingiu a pintura. Mas foi tão
insignificante que perdeu, em visibilidade, para um leve risco que há no
para-choque, provavelmente adquirido por um esbarrão de algum outro veículo
enquanto o meu estava estacionado...
Ele
me deu o seu cartão. Pediu-me o telefone. Trocamos nossos dados, mas eu sabia
que não nos falaríamos depois. Não havia porquê.
Entrei
no carro e seguimos para casa. Quanto às explicações, deixarei para você,
leitor. Alguns diriam que se trata de algo sobrenatural, divino, a “mão de Deus”...
Outros procurariam explicar dizendo que foi porque calhou de bater justamente em
um ponto de maior resistência, no ângulo certo... Quanto a mim, estou surpreso
até agora. E escrevo justamente para perpetuar esta surpresa e dividi-la
contigo.
Só
sei que, depois deste incidente, não mais acredito nas leis da física como antigamente...
Um comentário:
Sei não... não custa dar uma olhadinha...dá uma lida no link:
http://quatrorodas.abril.com.br/autoservico/reportagens/estrago-invisivel-417370.shtml
Um abraço!
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