Momento: eu voltando com o carro da minha filha,
após ter feito a revisão na concessionária.
Momento mais específico: farol fechado à frente,
carros parados, eu paro também, um jovem magro e alto andando entre os
veículos, mostrando um papelão menor que uma folha sulfite.
Duas palavras escritas no papelão: fome dói.
Minha atitude: procuro a bolsa, já preparada
para estas frequentes ocasiões, pego um achocolatado e um pacotinho de bolacha,
ofereço.
Reação do rapaz: recebe minha pequena doação e,
com um sorriso no rosto, agradece.
Meus pensamentos após este acontecimento:
atualmente, muita coisa, infelizmente, dói...
Miséria dói.
Desemprego dói.
Inflação dói.
Pandemia dói.
Negacionismo dói.
Corrupção dói.
Desmatamento dói.
Violência dói.
Injustiça dói.
Preconceito dói.
Ignorância dói.
Desprezo dói.
Racismo dói.
Autoritarismo dói.
Petulância dói.
E a maior dor é não saber por quanto tempo isso
tudo vai doer.
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