sexta-feira, 22 de março de 2019

HUMANIDADE DOENTE

Tive um sonho.
Sonhei que estava flutuando no espaço.
Via o nosso planeta Terra inteiro, todo de uma vez, uma bola que também flutuava no meio do nada.
Sobre aquela esfera, onde o azul e suas tonalidades deveriam abrigar a paz e o amor entre todos os seres que a habitam, acontecia justamente o contrário.
Então comecei a chorar...
Chorava pela humanidade doente. Sentia o agravamento da chaga do preconceito, da intolerância. Via atiradores exterminando os inimigos, os seus semelhantes. Filmando a ação e transmitindo ao vivo, pela internet. Matança de videogame na vida real.
Chorava pela juventude doente. Sentia o avanço da febre da loucura. Via jovens matando outros jovens e crianças, nas escolas, santuários do saber transformados em palcos do terror.
Tudo isto por baixo daquela capa de tonalidades azuis... Havia muito pelo que chorar ainda...
Governos autoritários, eleitos pelo povo mas contra o povo. Cercados por muros e distribuindo ódios. Alimentando a doença da humanidade.
A Terra esgotada, gasta de tanta exploração. Tudo pelo lucro, pelo dinheiro, pelo poder. Insanidade. Tudo isto tornará a Terra inabitável. E então do que adiantará o lucro, o dinheiro e o poder?
Chorava...
Pelas injustiças, pelas inversões de valores, pelo poder nas mãos dos maus.
Pelo meu planeta, pelo nosso planeta. Nossa morada, viajando pelo infinito. Carregando o fardo de abrigar uma espécie que não sabe viver em paz...
Foi quando, logo antes de acordar, ainda flutuando no espaço, olhei para a Terra e vi que ela também chorava.