quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

A NOVA PLACA

Estou muito chateado com a nova placa do Mercosul.
Perfeito, entendo que é mais moderna, que traz mais segurança contra fraudes, que nos une a todos, “hermanos” da América do Sul, etc, etc, etc. Mas o que custava manter a sigla do estado e a cidade?
Uma de minhas diversões durante as viagens é ficar olhando as placas dos carros no estacionamento do hotel. É tão legal ver que tem gente que vem de tão longe! Aí penso na cidade, no estado, tento avaliar a distância... Dá uma sensação de grandeza, de admiração e orgulho por pertencer a um povo que se espalha por territórios tão longínquos, com diversidades tão maravilhosas!
Mas agora tudo isto acabou!
Outra distração que me agrada acontece quando, em minhas costumeiras caminhadas pelas redondezas do meu bairro, ando pela região dos terminais de distribuição de combustível, ou pelas portarias das fábricas, onde ficam estacionados muitos caminhões. Aí sim encontro grandes viajantes! Ouço sotaques, vejo costumes, chimarrão, alguns caminhoneiros cozinhando, com suas etnias tão distintas, cores, tamanhos, cabelos, um mundaréu de diversidade! E nesta hora, o que eu faço? Busco logo na placa da carreta de onde o sujeito vem. É uma aula de geografia, de sociologia!
Isto também acabou!
Mais uma coisa destruída. Hoje em dia é o que mais nós vemos. E só vai restando a saudade...
Saudades de uma antiga placa que dava a exata ideia de quão grande é o nosso país!