sábado, 18 de novembro de 2017

CONEXÕES

O tempo não existe. É uma ilusão, uma necessidade para nossa evolução.
Evolução tem a ver com revolução. É preciso revolver e remexer a falsa estabilidade do antigo para que surja a mudança.
Mudança é a única coisa estável no Universo. Quem espera acomodar-se eternamente em sua imutabilidade, será arrastado pelas transformações, não terá sossego.
Sossego é aquela coisa que a gente vive querendo, mas nunca alcança, porque sempre coloca outras coisas na frente. Muito daquilo que queremos não é necessário.
Necessário é algo que pensamos que precisamos, mas que, realmente, não precisamos coisa nenhuma. Nossa sociedade consumista nos implanta ilusões.
Ilusões servem para enganar. São as más ilusões. Mas há também as boas, que servem de combustível para os visionários que realizam os seus sonhos.
Sonhos são aquelas coisas que a gente deixa para trás, em busca de atalhos ou caminhos mais imediatos para ganhar dinheiro.
Dinheiro tem o poder de dissolver preconceitos. O brilho da riqueza ofusca e faz desaparecer a origem humilde ou a cor da pele.
Pele é o maior órgão do corpo humano. Busca, em outro corpo humano, o calor.
Calor é energia. É emanado da luz, do fogo, da química, do amor.
Amor é tudo. É força que vibra em todo o Cosmos. Hálito Divino.
Divino é o que transcende, o que está em outra dimensão mas que aqui atua, constantemente, sobre tudo e todos. Na dimensão do Divino não há tempo.
O tempo não existe. É uma ilusão, uma necessidade para nossa evolução.

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

PESSOAS

Olhos rápidos, saltando de um lado para outro. Olhos baixos, com vergonha de se levantarem. Olhos que sorriem, junto com a boca, e até mais do que ela. Bocas que mascam chiclete, que falam ao celular ou que são curvadas para baixo. Orelhas com brinco, com piercing, com lóbulo colado ou não.
Para cada ponto que se olha, a variedade é enorme, infinita! E o que está dentro do corpo, não as entranhas, mas a própria alma, aí é mais que infinito! Os sentimentos, as vibrações... Ódio, rancor, medo, amor, solidão, tristeza, alegria, euforia, insegurança, orgulho, egoísmo...
Quando olho para aquela massa humana, compacta, caminhando, em sentido contrário ao meu, pelo túnel que liga as estações Paulista e Consolação do metrô, tento captar a energia resultante... O "indivíduo multidão", resultado da composição de todas as pessoas, como será que ele está? Triste, agitado, apressado, alienado, conformado?
Eu acho que estamos mais interconectados do imaginamos. Não falo das inúmeras conexões que surgiram por meio de toda esta avalanche tecnológica que nos invadiu. Refiro-me às conexões que sempre existiram, as de "mente-a-mente". Os mais sensíveis percebem. Dizem que estamos entrando em uma nova era na qual estas "ligações" ficarão mais intensas. Mas não quero entrar nestes assuntos. Apenas comentei sobre estas conexões porque quando vejo muitas pessoas juntas tenho duas percepções. Ao mesmo tempo em que vejo uma variedade infinita de características físicas, psicológicas, emocionais, comportamentais, energéticas, ou o que quer que seja, também vejo como se todas as pessoas fossem uma coisa só, formando um "indivíduo coletivo”.
Pode parecer contraditório. E realmente é. Nas grandes aglomerações, nas ruas ou transportes públicos apinhados de gente, as pessoas fazem questão de permanecerem estranhas umas às outras. Mal sabem elas que não adianta este esforço individualista, pois o "ser coletivo" sempre estará presente. As conexões entre as pessoas acontecem, quer queiramos ou não.
Então, quando fico olhando para as pessoas, observando detalhes e particularidades de cada indivíduo, ou quando procuro captar as emanações ou energias do "indivíduo multidão", acho que esta minha atitude é realmente bastante estranha... No entanto acredito que não desperta a atenção dos outros, visto que estão preocupados em ignorar o que é externo a eles mesmos e ao que fazem (boa parte deles atentos ao celular que manipulam, concentrados).
E assim vou levando minhas viagens pelos transportes públicos... Se, por um lado, muitos veem uma mesma coisa, uma monotonia de pessoas, de muitas pessoas, enxergando apenas rotinas e seres robotizados que se igualam uns aos outros, eu, por outro lado, vejo diferenças e riquezas entre as pessoas. Acho que isto é fruto dos olhos de escritor, ávidos por encontrar material e assunto para mais uma crônica. E a crônica acabou saindo... É isso aí!